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Ciclo de palestras do II CONCE chega à reta final

Ciclo de palestras do II CONCE chega à reta final

Nesta sexta-feira, 23, o II Congresso Nacional Científico dos Enfermeiros (CONCE) chega ao seu último dia de programação com palestras e debates sobre insalubridade e periculosidade no trabalho de enfermagem, regulamentação da profissão dos cuidadores de idosos, marketing profissional e visibilidade social, flexibilidade e desregulamentação dos direitos trabalhistas, identidade do enfermeiro, violência laboral e suas implicações no trabalho da enfermagem e condições de trabalho dos profissionais de enfermagem.

“O profissional da enfermagem deve conhecer quem ele é e entender a entrega que ele faz para sociedade. Então, é preciso saber qual a identidade do enfermeiro, como ela é criada, o papel do profissional nas relações com o paciente e como ele faz essa entrega social”, declarou o palestrante Dr. Marcelo Chanes sobre a identidade do enfermeiro, acrescentando que o enfermeiro deve sair da invisibilidade e criar uma identidade de um ser não submisso, mas participativo.

Ainda sobre o ser enfermeiro e sua representação na sociedade, os congressistas puderam conhecer, através dos palestrantes Dr. William Malagutti e Dra. Maria Júlia Paes da Silva, o papel social do enfermeiro na história e a visão da sociedade sobre esse profissional. “A atenção que a enfermagem coloca em cada pessoa que está diante dela é o que faz com que haja conquista de mercado. Um leigo não sabe nos avaliar tecnicamente, mas sabe se a gente olha para ele, se a gente sorrir quando atende ou se pede licença para mexer no corpo dele. Então, quando nós cuidamos de forma amorosa e maternal a gente conquista cliente e amplia mercado”, pontuou a Dra. Maria Júlia Paes da Silva.

Direitos trabalhistas

Além da percepção do enfermeiro sobre sua identidade, seu papel e visibilidade na sociedade, o ciclo de palestras do último dia do II CONCE abordou também temas que envolvem o universo trabalhista do profissional da enfermagem.

“Nós sabemos que na saúde os enfermeiros são os profissionais que mais sofrem a violência laboral. Dentro dessa violência temos o assédio moral que coloca em risco a vida dos nossos trabalhadores. Hoje, o movimento sindical vem combatendo esse tipo de assédio sofrido. No Estado de São Paulo, por exemplo, temos avançado muito com a implementação de algumas leis”, disse o Dr. Péricles Cristiano Batista Flores sobre o tema “Violência laboral e suas implicações no trabalho da enfermagem”.

“É fundamental desenvolver um espaço de trabalho conjunto com o Ministério Público do Trabalho. Podemos auxiliar a categoria dos enfermeiros por meio de suas entidades para buscar uma melhor condição de trabalho, e, consequentemente, de vida”, reafirmou o Dr. Luís Antonio Camargo de Melo, subprocurador-geral do trabalho do Ministério Público do Trabalho, durante a palestra “Violência laboral e suas implicações no trabalho da enfermagem”.

Outro tema que envolve o universo trabalhista do enfermeiro é a questão da insalubridade e periculosidade. Sobre a temática o palestrante Dr. Edison Ferreira da Silva passou para os congressistas “conceitos e garantias desses dois benefícios, dando destaque a uma legislação recente voltada à garantia das gestantes sobre o direito ao adicional de insalubridade no período de gestação e lactação”.

E, discutindo o tema sobre a regulamentação da profissão dos cuidadores sociais, a Dra. Solange Caetano, presidente da FNE e palestrante, lembrou que o projeto de lei que está tramitando hoje já não é mais para cuidadores de idosos, mas sim social. “Nós temos dois projetos, um que está ainda na Câmara, na Comissão de Recursos Humanos, com a deputada Benedita da Silva, no qual consideramos ser um projeto que não representa um desejo da enfermagem, e outro também na Câmara que amplia o do cuidador de idoso, que é o cuidador social. Esse projeto já foi aprovado e está no Senado. Nós, enquanto Federação, já conversamos sobre ele com o relator”, declarou a presidente da FNE.

Já o debate relativo às “Condições de trabalho dos profissionais de enfermagem: impactos para a sociedade”, ministrado pelas doutoras Fátima Silvana Furtado Gerolin, Glaucia Plaça Silva, Andrea Cotait Ayoub e Rita Maria Spósito Antonino Tenório, teve discussões pertinentes, pois levantam questões como: O que é o trabalho pela OIT, as condições ambientais, físicas, geográficas, arquitetônicas e de segurança, o processo de trabalho dentro da instituição e as condições sociais e organizacionais dentro do espaço de trabalho pela Dra. Rita Maria Spósito, experiências no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia pela Dra. Andrea Cotait Ayoub e na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos pela Dra. Glaucia Plaça Silva.

Com isso, o II CONCE encerrou-se com um saldo positivo e trouxe para os enfermeiros nova perspectivas de seu trabalho como representante da saúde.

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