19/05/2025 17:55

Nota pública de repúdio

Imaginem a cena, uma enfermeira ou um profissional da enfermagem deixando suas atribuições e o cuidado a um paciente que busca atendimento de saúde para pegar uma vassoura e um pano de chão e limparem a unidade onde estão?

Pois é! Foi isso o que sugeriu o apresentador do Programa Olho Vivo, de Canelinha/RS, Marciano Machado, em conversa com o prefeito daquele município, Diogo Maciel. A fala é tão fora de tom, tão absurda e sem propósito, que a Federação Nacional dos Enfermeiros e o Fórum Nacional da Enfermagem, vêm, por meio desta nota pública, repudiar com total veemência tamanho desrespeito.

Para a FNE e o Fórum, a falta de respeito com que esses senhores tratam os profissionais da enfermagem é algo inaceitável. Imagem se eles ou qualquer pessoa que precise de atendimento imediato chegassem a uma unidade hospitalar, a um posto de saúde, a uma clínica ou hospital,  deixassem de ser atendidos por falta do profissional da enfermagem em seus postos. Seria justo e aceitável dizer que eles estão com vassouras e panos de chão fazendo a limpeza do seu local de trabalho?

Inadmissível que os profissionais da enfermagem sejam tratados dessa forma, por profissionais da comunicação e por gestores públicos, de quem espera-se exatamente o contrário. Ao enfermeiro, à enfermeira, aos/às técnicos/as da enfermagem o que a sociedade quer, espera e cobra é a pronta atenção. A FNE e o Fórum repudiam tais declarações destacando que, para além dessas atribuições, esses profissionais têm nas suas funções específicas a responsabilidade de ainda cuidar da assistência, gestão e da educação em saúde.

Dirigimo-nos ao Sr. Marciano Machado, apresentador do programa Olho Vivo, de Canelinha, bem como ao prefeito Diogo Maciel, para um pedido de retratação, imediata, à nossa categoria.

Não desmerecemos nenhuma profissão e reconhecemos o serviço de limpeza como muito importante em qualquer ambiente de trabalho, no entanto, não é esse o papel da enfermagem, cujas atribuições estão ligadas à vida das pessoas.

Não podemos aceitar que nenhum profissional, no exercício de suas atividades, tenha suas responsabilidades desviadas, ainda mais quando falamos de vidas, de atendimento à saúde. Exigimos justiça e retratação!